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A mostrar mensagens de outubro, 2009

Parte e tu verás

Parte e tu verás Parte, e tu verás Como as coisas que eram, não são mais E o amor dos que te esperam Parece ter ficado para trás E tudo o que te deram Se desfaz. Parte, e tu verás Como se quedam mudos os que ficam Como se petrificam Os adeuses que ficaram a te acenar no cais E como momentos que passaram apenas Parecem tempos imemoriais. Parte, e tu verás Como o que era real, resta impreciso Como é preciso ir por onde vais Com razão, sem razão, como é preciso Que andes por onde estás. Parte, e tu verás Como insensivelmente esquecerás Como a matéria de que é feito o tempo Se esgarça, se dilui, se liquefaz E qualquer novo sentimento Te compraz. Repara como um novo sofrimento Te dá paz Repara como vem o esquecimento E como o justificas E como mentes insensivelmente Porque és, porque estás. Ah, eterno limite do presente Ah, corpo, cárcere, onde faz O amor que parte e sente Saudade, e tenta, mas Para viver, subitamente, mente Que já não sabe mais Vida, o presente; morte, o ausente - Parte, e...